sábado, 2 de novembro de 2013

O Dia do Frevo de Bloco - Walter Jorge de Freitas


                É hoje. Sabem por quê? Porque há 109 anos, no dia 1º de novembro, nascia Edgard Moraes, aquele que mais tarde ficaria conhecido e seria homenageado como um dos maiores expoentes do frevo.
         Edgard Moraes e seu irmão mais velho Raul, dois músicos recifenses muito ligados à boêmia e às serestas, logo cedo, se descobriram amantes do carnaval e o que é mais importante, começaram a compor. E assim, a festa dedicada ao Rei Momo, ficou mais rica, musicalmente falando. De início, compuseram frevos de rua e canção e ainda na primeira metade do século XX, lançaram o frevo de bloco. Os foliões e os críticos especializados aprovaram.
         Mesmo com a “partida” de Raul, Edgard não esmoreceu. Também pudera, já estava consagrado e não dava para deixar de compor as melodias e letras com as quais conseguiu arrebatar corações, ganhar a admiração de quem realmente amava a folia e conquistar inúmeros prêmios nos concursos promovidos por órgãos da imprensa e pela prefeitura.
         Ser um exemplar chefe de família, um cidadão ligado ao trabalho, compositor carnavalesco, boêmio e seresteiro, não bastavam a esse poeta do frevo chamado Edgard. Ele foi um grande colaborador dos diversos blocos que surgiram quando o lirismo era a tônica do carnaval do Recife. Alguns, felizmente, ainda resistem ao tempo e à “modernidade”.
         É simplesmente prazeroso escutar um frevo de bloco feito por Edgard Moraes, Capiba, Nelson Ferreira, Romero Amorim/Maurício Cavalcanti Heleno Ramalho, Cláudio Almeida/Humberto Vieira, Getúlio Cavalcanti, José Menezes/Neuza Rodrigues, entre tantos outros.
Onde quer que estejamos, ao ouvirmos um frevo de bloco, sentimos a sensação de estar no Recife Antigo presenciando centenas de senhores e senhoras de cabelos grisalhos,  “anestesiados” pela sonoridade dos acordes que soam das orquestras e dos corais, esquecerem a tristeza e a idade e capricharem naquela dança de passos cadenciados que só o pernambucano da gema sabe o segredo. A emoção é imensurável. 
         Por tudo isso e mais alguma coisa, tomamos a liberdade de sugerir aos apreciadores, que escutem hoje e sempre, os seguintes frevos: A Dor de Uma Saudade, Bloco das Ilusões, Evocação Nº 1, Flabelo das Ilusões, Aurora de Amor, Sonho do Poeta, Você Gostou de Mim e Ingratidão.

OBRAS CONSULTADAS:
Compositores Pernambucanos – Renato Phaelante
Música e Músicos Pernambucanos – Leny Amorim
CD Carnaval sua História, Sua Glória – Vol. 32 – Revivendo Músicas.

                                      Pesqueira, 1º de novembro de 2013.

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