domingo, 25 de maio de 2014
quarta-feira, 21 de maio de 2014
O tempo e a vida - Edmilton Torres
Desprezei
o tempo procurando a vida
Irônica
vida
Que hoje
me cobra tempo
O tempo perdido.
Implacável
tempo
Que hoje
me cobra vida
E a obra
não concluída
A obra da
minha vida
Quanto
tenho?
Quanto
presta?
Quanto
tempo?
Quanto
resta?
Não
sei...
sexta-feira, 16 de maio de 2014
quarta-feira, 14 de maio de 2014
1º Chá Poético - Terça-feira, 13 de maio de 2014, às 19h30 - Casa da poetisa Jacqueline Torres
Noite chuvosa e fria. Prestigiaram-nos com suas presenças os pais de
Jacqueline que, aliás, o pai, poeta Satiro, brindou-nos com poesias de sua autoria
caligrafadas décadas atrás. Declamamos entre aplausos e sorrisos; bons
comentários e aqueles chás quentes, deliciosos, compondo a mesa farta de doces
e salgados. Fizemos duas rodadas literárias com os seguintes participantes:
Célio Guimarães, Genival Poeta, Jacqueline Torres, Maria José Gomes (Juza),
Maria Rita, Zuleide Siqueira e Valter Leal. Genival homenageou o poeta Dedé
Monteiro recitando o poema “DEPOIS QUE A FEIRA TERMINA”. Dedé Monteiro é membro
da APPTA – Associação dos Poetas e Prosadores de Tabira, minha cidade natal.
Contamos com a colaboração da amiga Olindina Guimarães, esposa de Célio.
Olindina fotografou os momentos marcantes do recital. No encerramento,
gentilmente, nossa anfitriã distribuiu sachês com pequenos trechos poéticos dos
integrantes da SOPOESPES. Somos gratos ao esposo e filhos da poetisa Jacqueline
Torres, que honrosamente nos receberam na sua residência para tão singular
evento.
Maria Rita
de Freitas Albuquerque
Idealizadora/Fundadora
da SOPOESPES/Presidente.
Pesqueira-PE,
dia 19
terça-feira, 13 de maio de 2014
domingo, 11 de maio de 2014
sábado, 10 de maio de 2014
PARA INGLÊS VER - Walter Jorge de Freitas
Considerando
que um pouquinho de História não faz mal a ninguém, recorremos a ela para
justificar a origem do título acima.
O Imperador D. Pedro I, nove anos após
proclamar a independência do Brasil, por absoluta falta de jogo de cintura,
renunciou ao trono. Como o seu filho, herdeiro natural da Coroa era menor de
idade, deram um jeitinho e foi adotado o sistema de regências.
No Brasil ainda
existia a escravidão negra, havendo por isto, muita pressão do governo inglês e
até retaliações de caráter comercial.
Para agradar aos
ingleses, os governos provisórios resolveram editar uma série de leis visando
combater o tráfico de escravos.
Tais leis,
talvez pela falta de credibilidade dos governantes, não tiveram nenhuma
eficácia e foram motivos para brincadeiras e piadas. Assim nasceu a expressão: “PARA INGLÊS VER”.
Lamentavelmente,
as nossas autoridades ainda não se tocaram e continuam criando leis cuja
aplicabilidade depende da fiscalização do cidadão ou de outros mecanismos
frágeis e por isso, nunca saem do papel.
É
o caso da propalada Lei do Silêncio,
que vem ocupando as páginas dos jornais desde 2009, mas com pouco ou nenhum
resultado prático.
Ao
que parece, cabe ao Ministério Público fiscalizar. A tarefa de fazer valer o
que está escrito é dos municípios.
Mas existe um “porém”:
a denúncia deve partir da própria pessoa que se sentir prejudicada, o que
normalmente não ocorre, porque ninguém vai querer arranjar encrencas sem mais
nem menos, principalmente, quando isto deveria ser feito pelas autoridades
competentes.
Outro
detalhe: achamos pouco provável que os governos municipais tenham condições
para coibir tais abusos, principalmente no tocante aos carros de propaganda, já
que são eles os maiores usuários desse serviço.
O
resultado está aí: carros de som circulando livremente, sem respeitar horário,
volume e, principalmente, os locais onde deveria haver proibição como, por
exemplo, nas proximidades das escolas.
Nada
temos contra os profissionais que exercem o seu sagrado direito de trabalhar,
mas como toda e qualquer atividade, esta também precisa ser disciplinada por
quem de direito, para o bem de todos.
Ainda
bem que os barulhentos constituem uma pequena minoria.
Pesqueira,
13 de abril de 2011.
domingo, 4 de maio de 2014
ATAULFO, O ELEGANTE - Walter Jorge de Freitas
Ataulfo Alves - um dos
maiores gênios da MPB - nasceu no município de Mirai (MG), em 02 de maio de
1909. Ser filho de um violeiro, com certeza, teve influência para que ele se
dedicasse à vida artística. Aos oito anos, já fazia uns versinhos.
Perdeu
o pai quando tinha apenas nove anos de idade e por ser o mais velho dos filhos,
enfrentou o trabalho, ainda novinho, a fim de ajudar na manutenção da família.
Mudou-se
para o Rio de Janeiro, levado pelo médico Afrânio Moreira, amigo da família,
que lhe deu emprego em sua casa. Mais tarde, trabalhando numa farmácia,
conheceu Carmem Miranda, que em pouco tempo viria a ser a grande cantora de
fama internacional.
Ataulfo
tinha por hábito, ao sair do trabalho, dar uma passadinha nos locais onde havia
rodas de samba. Conheceu muita gente famosa, mas nunca procurou seguir ninguém.
Como
bom mineiro que era, soube ajustar o jeito carioca de fazer samba à sua
mineirice e deu uma cadência mais lenta às músicas que ia compondo,
enriquecendo-as com letras e melodias românticas e cheias de talento.
Alcebíades
Nogueira (Bide), sambista bastante influente na época, foi quem o encaminhou no
ano de 1934 aos estúdios da RCA Victor, cujo diretor artístico, Mr. Evans,
depois de ouvi-lo cantar algumas de suas músicas, mandou chamar Carmem Miranda
para escutar o novo sambista. O próprio Ataulfo narra que Carmem demonstrou
surpresa quando descobriu que se tratava
daquele balconista da farmácia.
Embora
a sua carreira tenha se iniciado de forma parecida com a de outros sambistas,
ele foi diferente dos demais. Simplesmente inovou.
Deduz-se
que, para compensar suas limitações vocais, ele passou a cantar acompanhado de
quatro vozes femininas. Lembro-me muito bem do locutor Cezar de Alencar
anunciando no seu programa dos sábados: “Com vocês, Ataulfo Alves e suas Pastoras”.
Era
bastante comedido nos seus atos, na maneira de conviver com os amigos, na forma
de vestir e até no estilo de elaborar suas composições. Este comportamento
levou alguns cronistas especializados a incluí-lo entre os homens mais
elegantes do país.
Foi
muito seletivo e feliz em suas parcerias. Mário Lago, Bide, Wilson Batista, Zé
da Zilda, Aldo Cabral, Carlos Imperial e Claudionor Cruz, são os mais
conhecidos. O sucesso e a fama nunca mudaram o seu jeito de ser – sem
estrelismo - pautado na simplicidade que trouxe do berço e o acompanhou por
toda a vida.
Marcou
presença nas paradas de sucessos com os sambas Ai, Que Saudades da Amélia,
Atire a Primeira Pedra, Pois É, Leva Meu Samba, Você Passa e Eu Acho Graça,
Solitário, Meus Tempos de Criança. A valsa A Você (dele e Aldo Cabral) gravada
por Carlos Galhardo e outros cantores do gênero, também lhe rendeu muito
prestígio.
Ao submeter-se a uma cirurgia de
úlcera, que segundo o seu médico, seria um procedimento simples, o renomado
sambista teve complicações e faleceu no dia 20 de abril de 1969, deixando uma
enorme lacuna no nosso cancioneiro popular.
Um
de seus filhos – Ataulfo Júnior – seguiu a carreira do pai e vem mantendo a
mesma linha, cantando os sambas românticos e de andamento lento, criados por
ele e seus parceiros e imortalizados na sua voz e de outros intérpretes. Ainda
bem!
Pesqueira,
1º de maio de 2012.
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