A
cor cinza é sempre das estradas
dos
céus chuvosos
Do
aceno de adeus
Da
pausa em meio à frase
A
cor cinza é sempre da caatinga
É
sempre deste meu peito
Não
importa o meu riso −
A
decoração da sala íntima
é
sempre da mesma cor
Os
fios elétricos
os
postes tísicos
A
cor cinza é sempre minha lágrima
Meu
suspiro de areia, cinza
...Da
velha fuligem
em
torno do velho fogão de lenha
que
me persegue,
que
me queima a memória exausta
e
solitária!
A
cor cinza sopra o capim
E
troveja órfãos trovões
pelas
serras cinzas de pano
O
vento é cinza,
minhas
saudades, o poço
a
fumaça distante,
a
pausa,
o
porto e o ponto.
Texto
publicado no livro da autora “Cosendo Palavras Soltas”
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