Uma
Toyota sem freio
Desembesta
na carreira
Descendo
numa ladeira
E uma
cadela no meio
Um
motorista “véi” feio
E
quinze velhas moendo
Uma
buchuda gemendo
E um
doido correndo dela
Gritando
pela janela
Que a
Toyota está tremendo.
Toyota
velha correndo
Voando
desembestada
Gente
pula pra calçada
E as
15 velhas moendo
Buchuda
ainda gemendo
E o
doido desce a ladeira
Falando
da tremedeira
Pro
motorista bisonho
Que
não sabe nem em sonho
Como
parar a tranqueira.
Vendo
a cena acontecendo
Um
cabra pula da sela
Joga
pro lado a magrela
Fica
todo se tremendo
Avista
o doido correndo
Fica
sem a bicicleta
Porque
o leso é atleta
E
pedala sem parar
Pra
vê se pode esbarrar
No
carro feito uma seta.
E vai
chegando na feira
Quebra
torda e voa fruta
Passa
por uma matuta
Uma
velha e uma freira
Assanha
uma cabeleira
Levanta
a saia da moça
Bate
o pneu numa poça
Joga
água num bacana
Quebra
um cacho de banana
E ai
é que ganha força.
Ai
uma bruaca ensossa
Se
estabaca no chão sujo
A
lesma de um caramujo
Se
encaixa em sua bolsa
E a
sorte lhe reembolsa
Com
um montão de formiga
Não
aparece uma amiga
Atenção,
só pra Toyota
E o
diabo é que a marmota
Segue
vendo a placa siga!.
Mais
a frente a bicha bate
Num
som com CD pirata
Leva
torda de alpargata
Enquanto
um cachorro late
Um
monte de gente parte
Atrás
do doido também
Um
guarda não se contém
Começa
aplicar uma multa
E o
bisonho na labuta
Não
enxerga mais ninguém.
Uma
tuia de panela
Vira
barro novamente
E o
artesão descontente
Bota
a boca na tramela
A
cesta de seriguela
Vira
só caroço e casca
Enquanto
um moleque tasca
Uma
pedra no pneu
E um
vendedor de breu
Cospe
o tabaco que masca.
Puxa
o volante folgado
Uma
das velhas rezando
As
outras velhas gritando
Um
rosário atrapalhado
O
motorista arretado
Pede
pelo amor de Deus
Pagando
os pecados seus
Enquanto
nasce o menino
Ele
torce por um pino
Ou
uns pregos nos pneus.
La
fora é um desespero
Dentro
do carro uma briga
Mas
um montão de espiga
De
milho por derradeiro
Se
espalha no mundo inteiro
Faz a
Toyota enganchar
Diminui,
mas sem parar
Derruba
o doido no chão
Acho
que a festa em São João
Não
vai ter milho pra assar.
Depois
da feira desfeita
Do
povo todo assustado
Conferir
o resultado
Não
será de fácil empreita
Muita
gente insatisfeita
É
gente rindo e chorando
O
bisonho lamentando
E o
doido todo arranhado
E
ainda muito arretado
Vendo
a Toyota parando.
Um
poste depois do milho
Fez a
charanga parar
E o
doido foi segurar
A
ex-buchuda com o filho
Um
garotão cheio de brilho
Fica
de lado espiando
As
velhas todas brigando
E a
única coisa que sei
É que
só quando acordei
Eu vi
que estava sonhando.
Valter
“O Leal” 14.02.2014
O CARNAVAL DE PESQUEIRA-PE
O
carnaval dos Caiporas
Da
cidade de Pesqueira
É o
carnaval da rendeira
Folia
de grande história
É uma
festa de glória
E de
todas as culturas
Cantada
em trio, nas alturas
Blocos
e troças também
E o
povo não se contém
Contando
suas venturas.
Nosso
carnaval é feito
Com
troças tradicionais
Blocos
de outros carnavais
Brincando
do mesmo jeito
Na
tradição eu me deito
Brinco
na escola de samba
Vejo
gente pra caramba
No
palco cantando frevo
Nessa
hora eu me atrevo
Porque
na dança sou bamba.
Temos
o Lira da Tarde
Décadas
de tradição
Nós
temos frevo-canção
Feitos
sob o sol que arde
Uma
saudade covarde
De
figuras que partiram
De
alguns blocos que sumiram
Mas
temos muita alegria
Pra
festejar a magia
Dos
mais novos que surgiram.
Esse
é o carnaval da paz
Que
tem show no palco e trio
Onde
ninguém sente frio
Pois
com a festa que se faz
Menino,
moça e rapaz
Velho,
senhor e senhora
Gente
de hoje e outrora
Pulam
pra se divertir
O
calor humano aqui
É o
que se vê toda hora.
Nós
temos Os Fuzarqueiros
E o Maracatu Nação
Raízes de Pai Adão
Mais
ainda: Os Cangaceiros
Cai o Frasco, o tempo inteiro
Brincando
com O Cipitinga
Oz fala Errado “se vinga”
Criticando
o português
E a Velha Guarda cortês
Pula,
chega o suor pinga.
Com As Catraias Donzelas
Irreverencia
e magia
O Centenário em Folia
O Vaca Louca é mazela
Quando
O Urso se revela
Mostrando
quem é pra Os Cão
O Lira da Tarde, então
Enchendo
a praça de gente
Deixa
O Macaco contente
Se
juntando à multidão.
Os Caiporas, sem igual
Puxam
o bloco 2 de Ouro
Cambindas Velhas, tesouro
Desse
nosso carnaval
Tem
também: Paixão Coral
E é Rubro Negra a Nação
Os Papudinhos se vão
Seguindo
o Peixe na Vara
O Virakopus não pára
Junto
ao Bloco do Caixão.
Timbaladoido pintados
Dançam
até maracatu
E Os Meninos de Lulú
Não
se fazem de rogados
Quando
são solicitados
Porque
brincar é seu foco
Então,
ao leitor invoco
- Vem
pular com alegria
Num
carnaval de magia
Seguindo
O Último Bloco.
Carnaval
igual não há
Como
o feito por aqui
A
nossa LABARIRI
E a Gigantes do Ororubá
São
Escolas, pra sambar
E
seguir as tradições
Grandes
agremiações
Feitas
por heróis do povo
E ano
que vem de novo
Seguirão
suas missões.
Já
visitei Salvador
São
Paulo, Rio de janeiro
Vi
Olinda em fevereiro
E
Recife em seu fervor
Fantasia
em toda cor
No
sobe e desce ladeira
Da
cidade mais ordeira
Vem
cultura e tradição
Peço
às outras, meu perdão
Mas
não há igual Pesqueira.
Valter
“O Leal” 14.03.2014
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