segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

MARGARIDAS DO QUINTAL - JOÃO BOSCO DOS SANTOS



No meu tempo de criança
Na casa em que eu morava,
Havia um grande quintal
Que umas varas cercava,
E ali uma floresta
Minha mente imaginava.

Pequena diversidade
Tinha naquele quintal,
Porem eu imaginava
Um enorme matagal,
Pois a mente de criança
Tem força descomunal.

Tinha duas bananeiras
Que ao quintal destacava,
Um belo pé de pimenta
Ao meu quintal enfeitava
E uma arvore roxa
Que muita atenção chamava.

Flores tinha cravo branco
E uma roseira singela,
Uma flor de folha larga
Nem branca nem amarela,
Mas o pé de Margarida
Parecia pintado em tela.

As margaridas enchiam
O quintal de minha casa,
Uma flor sem muito cheiro
De uma estatura rasa,
Sem destaque especial
Mas brilhante como brasa.

Uma plantinha rasteira
De onze horas chamada,
Deixava o solo lilás,
Logo que desabrochada,
Era essa flor alegria
de minha infância agitada.

Mas a doce margarida
Sempre chamou-me atenção,
Margarida é minha mãe
É o nome dela então,
E se minha mãe é flor
Eu devo ser um botão?

Margarida que espalhou-se
E invadiu o quintal,
Hoje moro em outra casa,
Vivo em outro local,
Mas nunca esqueci a flor
Que me quer o bem ou mal.

JOÃO BOSCO DOS SANTOS



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