No
ventre da terra eu encontro aconchego
E a
vida tem cheiro de ar puro do campo
A mãe
natureza não enxuga meu pranto
Porque
eu não choro no canto que chego
Nos
vales da sorte procuro um sossego
E no ciclo
da vida, estou eu a girar
Pois
sou filho da vida, da água e do ar
Sou
filho do vento, da terra e da lua
Eu
sou natureza, sou pó, mente nua
Que
canta galope na beira do mar.
Vestir
mente nua, só com natureza
Mirando
no verde do olhar e da mata
Saudade
trás dor e às vezes maltrata
E a
face molhada esquece a beleza
A
água do vale corre com destreza
Procurando
o rio, para desaguar
O rio
caudaloso se põe a cantar
Passando
nas pedras e bancos de areia
Levando
consigo cantos de sereia
Que
cantam galope na beira do mar.
Sereias
são seres de canto afinado
Levando
hipnose ao pobre pescador
Que
inebriado e morrendo de amor
Se
perde nas ondas do mar azulado
E
chegando ao trono de um reino encantado
Esquece
da vida, da lida e do lar
Passando
a viver sem se comunicar
Com
velhos parentes, amantes e amigos
Amando
as sereias se torna esquecido
Do
canto e galope da beira do mar.
Quem
fica esperando do lado de fora
Não
entende a demora e o atraso do amor
Pois sofre
demais mulher de pescador
E não
há relógio que lhe dê a hora
Se
vale das preces pra Nossa Senhora
Fingindo
costume, é precisa esperar
A
reza é mais forte, não desesperar
É
necessidade que ao mal espanta
As
rezas são fortes e quem reza canta
Cantos
de galope na beira do mar.
No
reino encantado, nobres pescadores
Se
encantam com cantos e danças também
Não
praticam a pesca, o que fazem bem
E
trocam o passado por outros amores
Agora
distante têm outros senhores
Sumiram-lhe
as dores, mas não podem sonhar
Já se
acostumaram com tudo que há
Começam
lembrar-se de suas senhoras
O
encanto passou e não sabem agora
Como
ir a galope pra beira do mar.
As
flores jogadas, levadas ao vento
Em
seu movimento têm cheiro gostoso
E num
espetáculo tão maravilhoso
Formando
um jardim pelo mar adentro
Como
adivinhando qual é o intento
Desse
pescador que quer retornar
Pra
viúva nova sempre a esperar
2 de
fevereiro é dia sagrado
E ao
longe um barquinho será esperado
Trazendo
galopes pra beira do mar.
Quando
o barco chega trazendo consigo
Um fã
incontido de Iemanjá
Tão
inconsciente quanto ele está
É o
seu sonhar e o sono inimigo
Salvação
é o beijo do amor antigo
Que
trará a vida pra lhe libertar
Do
encanto sereio quando ele acordar
Somente
enxergando a mulher amada
Não
terá mais sonhos alta madrugada
Só
cantará versos na beira do mar.
Todos
ao redor pensam que é miragem
A
volta e triunfo desse pescador
E
haverá a fama onde ele for
Abrirão
espaço pra sua passagem
Em
seu pensamento, sem pensar bobagem
Traçará
um plano pra poder contar
Uma
história forte pra impressionar
Aos
que perguntarem por sua jornada
E o
triunfo está na sua chegada
Cantando
galope na beira do mar.
Feliz
e paciente a mulher amada
Distribui
sorrisos de felicidade
Parentes
e amigos da feliz cidade
Também
fazem festa até madrugada
Pois
voltou o herói e a história é sagrada
Todos
fazem festa pra comemorar
Ao
longe as sereias a observar
Proclamam
em seu reino hipnose e dor
Perderam
a magia desse pescador
Que
canta galopa na beira do mar.
Cantando
e encantando as sereias seguem
Enquanto
perseguem outros pescadores
Prometendo
encanto para seus amores
Com
canto afinado a muitos conseguem
Sereias
são flores e que o mar lhes reguem
E
floresçam poucas pelo seu salgar
Porque
seu encanto pode aviuvar
Mulheres
sofridas com filhos pequenos
Deixando
ao relento seus corpos morenos
Que
sofrem os galopes da beira do mar.
Valter
“O leal” 18.07.2013
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