quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O CINZA - Jaqueline Torres de Souza

A cor cinza é sempre das estradas dos céus chuvosos
Do aceno de adeus
Da pausa em meio à frase
A cor cinza é sempre da caatinga
É sempre deste meu peito
Não importa o meu riso -
A decoração da sala íntima
É sempre da mesma cor
Os fios elétricos
Os postes tísicos
A cor cinza é sempre lágrima
Meu suspiro de areia, cinza
...Da velha fuligem
Em torno do velho fogão de lenha que me persegue,
Que me queima a memória exausta
e solitária!
A cor cinza sopra o capim
E troveja órfãos trovões
Pelas serras cinzas de pano
O vento é cinza,
Minhas saudades, o poço
A fumaça distante,
A pausa,
O porto e o ponto.

Jaqueline Torres de Souza 



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