O
espírito indomável e empreendedor do homem já lhe proporcionou muitas
conquistas na terra, no mar e nos céus, mas nunca lhe permitiu conquistar por
inteiro o coração de uma mulher.
A
alma feminina é ao mesmo tempo encantadora e impenetrável e por isso mesmo
sedutoramente bela e enigmática.
Complexa
e misteriosa, a mulher consegue ser ao mesmo tempo frágil como um cristal e
forte como um diamante.
Essa
peculiaridade deveria sempre colocá-la num nível muito superior ao que hoje ela
própria se coloca na sociedade.
É
triste constatar, nos dias atuais, que o comportamento de grande parte das
mulheres não dignifica esse Ser tão especial, que deveria ser o símbolo eterno
do amor, da beleza, da paixão e da ternura.
Nada
contra a independência e a liberdade por elas tão dignamente conquistados,
muito pelo contrário, pois isso as tornou mais felizes e à medida que ocupam
certos espaços na sociedade, a sua presença terna influencia e torna o mundo
mais colorido e mais humano.
A
minha tristeza é pela sua audesvalorização e pela aceitação pacífica e
conivente da banalização do próprio corpo.
O
corpo da mulher é hoje o maior trunfo do marketing comercial. Há quase sempre
uma mulher seminua nos comerciais, independentemente do tipo de produto que se
deseja vender.
Nas
letras e coreografias das músicas que hoje fazem sucesso, a mulher é tratada de
forma degradante e elas aprovam e aplaudem cantando e rebolando felizes.
O
talento está deixando de ser pré-requisito para o sucesso de uma mulher, dando
lugar a exuberância das formas, muitas vezes fabricada em consultórios de
estética.
Se
eu usasse apenas o instinto, até poderia concordar com tal comportamento, pois
a visão provocante da fêmea sempre é agradável aos olhos do macho, mas a nossa
espécie evoluiu e passou a ter sentimentos e valorizar comportamentos pautados
no pudor, na moral e na vergonha.
Talvez
me achem careta, ultrapassado ou falso moralista, mas me considero apenas um
romântico saudosista, que não aceita que quem já foi chamada de deusa e rainha
pelos poetas e trovadores, hoje seja chamada de cachorra nas músicas dos bailes
funk.
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