Sou o bonito e o feio no
espelho invisível da minha inconsciência...
Sou o certo e o errado no
rígido tribunal da minha inquisição...
Sou o forte e o fraco na lei
da sobrevivência da selva dos meus desejos...
Sou o santo e o pecador no purgatório
agnóstico da minha descrença...
Sou o amor e o ódio na tênue
linha que me separa de mim...
Sou o infinito e o abismo no
voo claudicante das minhas asas cortadas...
Sou o inseto e a seiva na
simbiose imperfeita do meu mundo...
Sou âncora e sou remo no
oceano abissal das minhas dúvidas...
Sou o lodo e a poeira na
estrada em que sou um peregrino do tempo...
Sou o início e o final de
tudo que não comecei...
Enfim...
Sou tudo do nada que me
completa, e...
Sou quase nada do tudo que
nunca fui.
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