quarta-feira, 23 de abril de 2014

O CHORO - Walter Jorge de Freitas

Walter Jorge, hoje (23) no Programa de Givanildo Silva,
na Rádio Jornal, levando dezenas de CDs de Choro para a
rádio e lendo a a crônica em homenagem à data.

            A chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil em 1808, provocou mudanças sociais, econômicas, políticas e culturais. Com a Corte, vieram funcionários e familiares que trouxeram para cá instrumentos e hábitos musicais diferentes daqueles que já eram executados aqui. 
 A música instrumental já existia no nosso território, pois os indígenas muito antes, já usavam flautas, cornetas, taquaras, trompas, cabaças e outros instrumentos feitos de madeiras ocas e outros materiais.
Aos poucos, notava-se a presença do sotaque brasileiro na maneira de tocar os instrumentos e os ritmos trazidos pelos europeus, até que em 1845, no Teatro Imperial de S. Pedro (atual Pedro Caetano), aconteceu a primeira apresentação musical da polca como dança.
Foi assim que provavelmente surgiu o CHORO, com influências mais diretas da polca e do lundu. A polca virou moda. Era só que se dançava e se tocava nos encontros e rodas musicais realizados na cidade do Rio de Janeiro.
Atribui-se a JOAQUIM ANTÔNIO DA SILVA CALLADO JÚNIOR (1848-1880) a façanha de ter introduzido o CHORO no cenário musical brasileiro a partir de 1870, mais ou menos. Foi CALLADO, flautista e compositor, o fundador do primeiro grupo musical do gênero, ao qual se deu a denominação de “O Choro Carioca”. Por ter pertencido à primeira geração de chorões e ter atuado bastante tocando e ensinando essa maneira plangente de executar o choro, recebeu o título de “Pai dos Chorões”.
O DIA DO CHORO é comemorado no dia 23 de abril, em homenagem a PIXINGUINHA (1897-1973) maior expoente da música popular brasileira. Filho de músico, o iluminado instrumentista e compositor deixou verdadeiras joias para enriquecer o nosso cancioneiro. Lamentos, Rosa,Vou Vivendo, Naquele Tempo e Carinhoso são algumas delas.
Pixinguinha, um dos ícones do Choro.
O CHORO apesar de ter passado uma época meio esquecido, aos poucos, retomou o seu lugar, graças à luta de grandes nomes da música instrumental, seja interpretando ou compondo.
Em Pernambuco o choro é produto de primeira qualidade. Isto tem motivado comentários elogiosos de Ícones como Paulinho da Viola, Pedro Amorim, Maurício Carrilho, Hamilton de Holanda, Henrique Cazes, Guinga, Reco do Bandolim e Luciana Rabello.
Marco César, Adalberto Cavalcante, Henrique Annes, Bozó, Dalva Torres, Inaldo Moreira, Carlos Dantas, José Arimatea e Luiz Guimarães trabalham diuturnamente na divulgação desse gênero que teve João Pernambuco, Rossini Ferreira e Luperce Miranda como precursores.
             Não devemos esquecer a importância dos clubes do choro em algumas cidades brasileiras e a existência de escolas como a Portátil de Música do Rio de Janeiro e a que funciona na sede da Cruzada Feminina de Pesqueira, de onde estão surgindo verdadeiras promessas, justificando, assim, a fama de “berço” de grandes “chorões”.        
                                     

BIBLIOGRAFIA:
(Dicionário Cravo Albin da MPB).
Encartes de CDs (inúmeros)
Agenda do Samba & Choro.


                                                           Pesqueira, 23 de abril de 2014.

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