sexta-feira, 17 de outubro de 2014

ANTÔNIO MARIA ARAÚJO DE MORAIS - Walter Jorge de Freitas

       
Nasceu no Recife em 17 de março de 1921 e amou a sua cidade até os últimos instantes de sua vida, mesmo tendo que deixá-la por causa da profissão que abraçou e exerceu em toda a sua plenitude.
Pertenceu a uma família que desfrutava de boa situação financeira, razão pela qual estudou em bons colégios. Aos 17 anos já era boêmio de carteirinha e escrevia as suas primeiras crônicas para os jornais da capital pernambucana.
                Antônio Maria Como jornalista fez de tudo. Atuando nos jornais, no rádio ou na televisão, passou por diversas funções. Redigiu crônicas impecáveis, foi locutor, animador de auditório, narrador esportivo e diretor.
            Escolheu a música como forma de expressar a sua saudade pela cidade que o viu nascer. Em 1951, iniciou a sua brilhante trajetória como compositor com o frevo-canção intitulado Frevo nº 1 do Recife, composição que lhe abriu as portas para o sucesso.
            Mais tarde, escreveu outros frevos para homenagear o Recife e ao mesmo tempo enveredou por outros gêneros musicais, caprichando notadamente no samba-canção, ao qual deu profundos sintomas de dor de cotovelo, a impiedosa roedeira que maltrata sem pena a todos aqueles que se arriscam a amar sem limites.
            Deixou para o nosso cancioneiro pouco mais de 60 canções. Boa parte feita em parceria com os melhores compositores de sua época, mesmo sendo bamba tanto fazendo letras como melodias.
            Manhã de Carnaval de sua autoria em parceria com Luiz Bonfá e Ninguém me Ama, figuram entre as suas composições mais gravadas no Brasil e lá fora.
            Fez mais dois frevos para homenagear a sua terra natal: Frevo Número 2 do Recife e Frevo Número 3 do Recife. No quesito samba-canção, apesar de poucos, a qualidade do produto preencheu as exigências tanto dos críticos, quanto dos apreciadores das músicas com forte carga sentimental e, acima de tudo, dançantes.
         Além das já citadas, merecem destaque Portão Antigo, Menino Grande, O Amor e a Rosa, Samba de Orfeu, Pense em Mim, Fulana de Tal, Valsa de Uma Cidade e Suas Mãos, entre outras.
         Com muita honra, assisti ao relançamento do CD AO AMOR, ONDE O AMOR FOI DEMAIS, gravado pela excelente cantora DALVA TORRES, no dia 17 de março de 2011, no auditório da Fundação Joaquim Nabuco. Naquela data, ele completaria 90 anos.
         Aos mais interessados pela obra desse importante pernambucano, cuja morte ocorreu no dia 15 de outubro de 1964, sugiro que leiam no Jornal do Commércio de ontem (14-10), a excelente matéria assinada pelo competentíssimo José Teles, que além de jornalista é boêmio.


                                      Pesqueira, 15 de outubro de 2014. 

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