quarta-feira, 22 de abril de 2015

Porta entreaberta - Edmilton Torres


Com os olhos perdidos no azul distante
De um céu abstrato e inatingível,
Nada enxergo, além da própria alma,
Que cá está, bem dentro de mim,
Igualmente inatingível, porém sentida.
Na inércia física, uma inquietude espiritual,
Como um sono agitado numa noite fria.
De repente, uma brisa leve que sussurra lembranças,
(Não sei se real ou imaginária),
Faz bater, no mais íntimo recôndito do meu Ser,
Uma porta entreaberta.
Talvez a espera de alguém
Ou porque ainda não foi fechada
Após a última partida.
E assim desperto do meu transe.
O céu continua azul, agora eu o percebo,
Mas continua inatingível,
Como aquele amor sempre esperado
Para o qual a porta nunca será fechada.




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